É comum a vida passar a nossa volta, sem que nós participemos dela, os problemas da vida cotidiana são tão comuns que paramos de ver, de sentir
e de ouvir, não é uma condicionante para viver, mas está sendo uma rotina da rotina. O namorado agrediu a namorada com uma voz alterada, em seguida
pediu desculpas, na segunda vez deu lhe um tapa no rosto, na terceira vez atirou-a de dentro do carro em movimento, mas depois pediu desculpas, assim
por diante a vida continua, a namorada casou-se com o namorado, por vários anos ela sofreu agressões mas o marido pediu desculpas, até que um dia ela
resolve denunciá-lo e ele vai preso, no depoimento ela diz que ele mudou, e vem ficando agressivo ano após ano. Enquanto isso observamos um pai que
na necessidade de proteger e preparar o filho, entrega esse filho na escola com a esperança de que ele será educado, mas sempre que algo acontece
envolvendo o filho o senso paterno defende cegamente a criança, incluindo um puxão de orelha na professora e não no filho. O filho agrediu um coleguinha em
sala de aula, foi levado a diretoria, conseqüentemente o pai foi convidado a se apresentar, nas explicações da criança estava a forte presença do desmando,
onde temos que resolver do meu jeito e naquela hora, o pai cobra da escola uma postura educacional para o filho, no caminho de volta o pai acalma o filho
dando lhe argumentos de proteção ao invés de educação. O clima do planeta sobe ano após ano, sentimos calor acima da média, o planeta mostra seus
sintomas, a natureza grita por socorro, assim como um animal encantoado está tentando reagir, a reação de uma fera encantoada é partir para cima de quem a
ameaça, sem pensar, em uma instintiva vontade de sobreviver. Não pense que essas parábolas não tenham nada a ver com o assunto dessa obra, pois é um
convite a observar sem amarras, sem paradigmas, sem medo a nossa própria vida, o que queremos dela, o que esperamos para ela. Não deve ser difícil
perceber que as pessoas seguem uma vertente única, suas histórias tendem a ser iguais, não pode ser difícil notar que o namorado deu sinais agressivos
desde o inicio quando falou alto pela primeira vez, naquele momento era possível se afastar dele antes de ver sua história destruída, era possível
observar que a criança estava sendo espelho de um equívoco do pai, poderia ter percebido e mudado a postura e teríamos um ser humano melhor na sua
vida adulta, sem a necessidade de culpar alguém por uma falha pessoal, será que é necessário matar a vida humana para ter a certeza de que os sinais da
natureza estão latentes, nós temos que observar os sinais que a vida nos dá o tempo todo, não podemos mais nos fazer de rogado e virar as costas para as
evidencias a nossa volta. A necessidade de agir com o receio as verdades pode ser notada na
história, quando aceitamos a idéia de que Jesus Cristo era Deus, que era virgem e que nunca olhou com interesse para uma mulher, quando um livro
provoca uma reação e a igreja católica se vê numa rua sem saída. Hoje Cristo é filho de Deus, teve uma mulher e todos querem saber onde está sua prole, já
não é difícil aceitar essa nova idéia, nem por isso Jesus Cristo deixou de ser um personagem importante para a evolução do homem. Até dia desses ovo era
um santo remédio, ainda mais bebido cru e logo pela manhã, hoje tem que evitar o ovo, pode colocar a vida em risco. Por muitos anos conseguiram criar
uma dúvida sob a morte de Elvis Presley o rei do rock, muitos não acreditaram, a ida do homem a lua, a morte de Michael Jackson, coisas assim, que faz da
natureza humana um templo de observação e das perguntas uma eterna busca por respostas. Vamos observar, vamos prestar atenção no novo, sem
preconceito, sem medo de encarar um engano. Vamos nos ater aos fatos, na vida real, esqueçamos agora as possibilidades do sobrenatural e do surreal,
vamos evitar as argumentações de defesa, de justificativas e de proteção, abra seu potencial de observação, de questionamento ao que achamos normal, ao
que é historicamente certo, vamos olhar ao nosso redor, cobrar de nossa vida o que estamos fazendo além de deixar a vida passar por nós. A ciência tem
mostrado que nosso corpo é capaz de se adaptar a tudo, e a história antropológica também nos mostra essas alterações físicas que os animais vem
ganhando ao longo dos milhões de anos, o fumante faz o pulmão e os órgãos de respiração suportar altas temperaturas e a poluição de substancias toxicas
durante anos, o corpo se adapta e continua a vida, o atleta faz esforços físicos que antes seriam impensáveis ao ser humano, mas que o corpo se adapta e se
torna desafios vencidos e recordes quebrados, assim por diante podemos perceber o quanto somos adaptáveis a coisas boas e a coisas ruins. O ser
humano consegue sobreviver em um relacionamento por décadas e até séculos sem sentir orgasmo, sem manter uma relação de felicidade,
casamentos que começam e terminam sem que os dois envolvidos se sintam felizes, mas que são capazes de se manter juntos por uma vida, com
argumentos fortes em defesa da manutenção da infelicidade, buscam na religião, nos cosmos, na numerologia, na ciência e em qualquer canto das
possibilidades humanas uma justificativa para se segurar naquela relação, apenas para manter uma situação estável. Outro dia vi uma senhora de 98
dizendo, “quero morrer não, pois a vida eu já sei como é, já a morte eu ainda não sei”, é sinônimo do sentimento da maioria, o desconhecido deve continuar

lá onde está, e eu mesmo infeliz aqui onde estou. Não que esteja errado ou certo, apenas constatação. Tudo aquilo que não sabemos provavelmente
somos contra, ou ao menos desconfiados, temos o preconceito ao conhecimento, por isso evitamos a informação, pois a informação nos leva a
provocar o conhecimento, esse mundo chamado conhecimento é estranho demais, mas é fundamental para acelerar e garantir a vida após a ignorância.
Como Deus é democrático - segundo um grande amigo – distribuiu cretino em todas as camadas da sociedade, existe cretino doutores, políticos, garis, jovem,
velhos, crianças e assim por diante, nem uma categoria da sociedade está livre dessa espécie. Sentados discutindo sobre bebidas, ouvi um novo rico,
defendendo sobre o Whisky perfeito, dizendo que o bom é aquele que tem mais de 20 anos, argumentações técnicas perfeitas sobre o malte, a destilação
e a maneira correta de armazenar a bebida, conseguindo então o apoio da maioria dos companheiros na mesa, que corroboravam com outras
informações cientificas e etílicas de deixar especialistas calados, afinal se discutimos o que é de conhecimento da maioria temos que parar e concordar.
Assim todos pensam só alguns loucos param para observar as informações tradicionalistas e ter o atrevimento de discordar. Sobre o Whisky o especialista
inglês Jim Murray diz o seguinte: “ A idade do Whisky nada tem haver com a qualidade, quanto mais velho mais tempo de barril terá, o que vai aumentar a
influencia na bebida”, portanto a tradicional idéia de que quanto mais velho o whisky melhor, pode ser falsa.

AUTOR

João Aguiar






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