Insistimos em repetir os erros com argumentos dignos de quem não admite olhar de outra maneira. Na política isso acontece de forma mais evidente, já que os políticos se acham seres acima da verdade e da razão, o que faz deles, as criaturas mais odiadas entre os seres vivos. Vivendo em uma mentira matemática, acreditam que dois mais dois dá cinco. O político tradicional prega o que não pratica, vende o que não compra, faz o que não sabe se mantem em um poder que não lhe pertence.
A ocupação da internet como poderoso veículo de informação e um ágil veículo de comunicação, no primeiro momento parecia aliada dos “marqueteiros”, que fizeram um pandemônio circense, vendendo facilidades e possibilidades no mesmo estilo que seus clientes gostam: cheios de inverdades. A internet assim como os demais veículos de massa, televisão, rádio, etc, se torna inútil quando o assunto é política partidária ideológica, no universo dos 70%. Esse eleitor não acredita em nada que venha de veiculo de massa. Ah! Nem se quer acessa site de partidos ou políticos para saber se são negros ou brancos.
A existência dos mundos paralelos se mostra mais evidente e ativo a cada eleição, separando o que nunca deveria estar longe, o eleitor e o político. 70% da população está desligada do mundo do político partidário, não se faz presente nas rodas de debates políticos, não está lendo e muito menos comprando assuntos que diz respeito ao universo do político. Mesmo assim, o político age como se estivesse sendo visto, observado, medido. Esse universo tem pessoas que não acreditam e muito menos param para ouvir o que o político diz. Alguns desavisados poderiam dizer que esse universo é composto de pessoas de baixa renda, de baixa autoestima, de baixo nível cultural. Engano. Assim como no universo político ou de consumidores de produto político partidário e ou ideológico, existem todos os níveis de classes sociais e econômicas. Milionários e miseráveis dividem os universos, plantando e colhendo
seus frutos. Para não ficar em branco, importante lembrar que, quem acredita que o brasileiro não sabe votar, está enganado. Os números das eleições mostram claramente isso. As eleições em todos os níveis mostram resultados alarmantes e que deveriam chamar atenção para o método de praticar política no país. 18% é o numero dos eleitores que decidiram os 513 deputados na câmara federal, 70% é o número de eleitores que não votaram nos presidentes e nos governadores, desde 2010. Um recado claro que os políticos preferiram não enxergar.
Focar em soluções tangíveis para resolver o choro de esperança dos eleitores é fingir que entendeu a mensagem das urnas , afinal, a conta emocional não se paga com material. O modelo está ultrapassado, vem dando errado e deixou uma lacuna que só cabe o novo. Ouvir o eleitor sem intermediário é uma necessidade urgente. O caminho utilizado hoje que são os sindicatos e associações representam apenas o contexto dos 30% de eleitores políticos. Nesse mundo dos 30%, estão os quase 20 milhões de filiados aos 34 partidos, e toda sociedade “organizada”, ONGs, sindicatos, igrejas e seus semelhantes, alguns funcionários públicos comissionados e alguns funcionários públicos concursados. Aqui nesse universo é onde se compra voto, onde a decisão eleitoral acontece e onde as mentiras são sentidas de imediato, assim como, o puxa saco, bajulador e eleitor profissional, que ganha seus vinténs a cada dois anos. Esse eleitor troca o voto, vende, revende, cobra e mente. Os cabos eleitorais, os piolhos de gabinetes, os roda pés de palanque, são esses os “tipos” que nas eleições fazem a alegria e a tristeza dos candidatos. Um líder religioso que promete o voto dos fieis, o líder sindical ou mesmo o líder de bairro, tem a mesma influencia e a mesma capacidade de transferência de voto, ou seja, mínima e não sai jamais do universo dos 30%.
Para ficar claro o que é esse universo, entenda que em um comício ou em frente à televisão durante o horário eleitoral, só estarão os 30%, que estão divididos em 34 pedaços. Esses pedaços são contra e a favor, são motivadores ou desmotivadores, acham você bonito ou feio, de acordo com a conveniência, com o interesse, com o grau de atendimento dos interesses próprios. Esses são os mesmos indicados para cargos de confiança; a competência será a ultima coisa a ser observada na indicação. Assim como todo medíocre, ter pessoas piores do que ele por perto, é uma forma de valorizar a própria incompetência ou o desconforto da ignorância. O medo do político em ter alguém melhor do que ele por perto, é o medo de perder poder, espaço para o outro.
Assim é o político tradicional, que segue exemplo dos mais velhos na política, os mesmos que nunca aprenderam senão, no escambo, negociar o futuro de uma sociedade.
Ao ler esse texto teremos duas reações: do político tradicional que vai entender como uma agressão e um desrespeito e do politico novo que vai pensar como melhorar.
Nunca vimos um partido político questionar ou explicar claramente suas posições ideológicas, as posições políticas e como funciona esse processo político ou aquele. O que vemos é um político que está um nível acima, com medo de perder para alguém inovador, usar todos os esforços para neutralizar o crescimento do outro, como se o novo fosse destruir sua própria existência.
Lembre-se que o vereador com 5% é o mais votado, mesmo tendo 95% contra ele. Vamos mudar essa versão.
João Aguiar
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